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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Curiosidades 2001:Remanke do infantil do “Sítio do Pica-Pau Amarelo” vai ao ar em outubro


Pelo corredor vão passando garotos fantasiados de peixe e pequenas meninas de longos vestidos pretos e antena nas cabeças. Parece coxia de teatro em estréia de peça infantil. De certa forma, não deixa de ser, pois todos esperam ansiosos para entrar em estúdio e gravar as primeiras cenas do episódio “ No Reino das Águas Claras”, que vai ao ar na primeira semana de “O Sítio do Pica-Pau Amarelo”, o “remake” infantil da Globo que estréia em outubro. O programa, baseado na obra literária de Monteiro Lobato, foi um marco nos anos 70. E talvez por isso as comparações sejam inevitáveis. Na nova versão, no entanto, as histórias fantásticas do escritor ganharam o reforço da tecnologia. Antes, os recursos utilizados empregavam tímidos efeitos especiais. Agora o “Sítio” toma ares de produção hollywoodiana. “Tem de ser bem feito porque existe uma gama enorme de ofertas para entreter as crianças”, pondera Denise Garrido, produtora de arte, listando Internet, desenhos japoneses ricos em explosões e jogos de video-game poderosos com sua realidade virtual. Concorrer não é fácil. Mas a direção da emissora aposta no resgate da fantasia para prender seus telespectadores mirins. E conta com uma geração de pais embalados pelo saudosismo. “Certamente eles vão ter papel fundamental para que a produção dê certo. Me lembro até hoje da minha mãe me botando medo com a Cuca”, aposta Jacira Santos, 28 anos, a nova Cuca do seriado. Pais e filhos, no entanto, terão surpresas. A Cuca continua sendo um jacaré de espuma, assim como outros bonecos do programa, porém tem um “upgrade” de fábrica. Jacira veste a fantasia, manipula o boneco, mas conta com o apoio de contra-regras que controlam as expressões faciais da personagem através de um controle remoto muito parecido com aqueles “A utilizado por aeromodelistas. cabeça dela começa onde termina a minha. Os olhos, o movimento do pescoço, tudo é controlado por quem está de fora”, explica Jacira. A sincronia neste caso tem de ser perfeita. Além disso, grande parte do elenco grava em “chroma-key” - um fundo azul que na pós-produção é substituído por imagens gravadas no cenário do programa. Isso permite que Visconde de Sabugosa, interpretado na nova versão por Cândido Dan, fique pequeno como uma espiga de milho interagindo com outros personagens. Para quem se lembra, algo parecido como o seriado “Terra de Gigantes”, que fez enorme sucesso entre os anos 60 e 70. “Esta forma de trabalho é um exercício enorme para o ator. Gravo com uma voz guia e tenho de estar muito atento para não confundir a expressão facial”, conta Cândido, metido em sua roupa verde que deixa as crianças da figuração bastante curiosas. “Isso é a prova que gera uma reação nessas crianças acostumadas com heróis violentos e bombardeios reais”, filosofa. Para não ser apenas um programa de fantasias meramente infantis, os roteiristas do “Sítio” acabaram optando por colocar uma boa dose de modernidade em suas adaptações. Dona Benta, interpretada por Nicete Bruno, vai se comunicar com amigos via Internet e Tia Anastácia, vivida por Dhu Moraes, vai se ver às voltas com as parafernálias eletrodomésticas que dominaram as cozinhas. “Não dá para falar com a criança de hoje sem ambientá-la no mundo em que vive. Tivemos muito cuidado para tornar o programa crível”, justifica Denise. Mas, se o “Sítio do Pica-Pau Amarelo” é cercado por inovações, durante as gravações, muitos detalhes são resolvidos na base do improviso. Foi o caso de um produtor que teve de ficar debaixo de uma mesa balançando os personagens para simular o vôo de uma nave espacial. Coisa que nem mesmo a mais esperta das crianças poderia imaginar ao ver a cena pronta.

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